NEUROSE DE DESTINO

PÉROLAS DO DIA-A-DIA

O PSDB, só Freud explica. Sempre vai dividido para as eleições presidenciais. E perde. Se me não engano, Freud diagnosticou o que chamou de neurose de destino, quando alguém repete os mesmos erros e colhe os mesmos fracassos, a que se julga predestinado.

Alckmin, não contente com as divisões do PSDB entre os diferentes Estados, achou de bom alvitre dividir também seu próprio governo em São Paulo. Impôs um vice-governador de outro partido, evitando ter um tucano no comando de São Paulo quando renunciasse para concorrer nas eleições presidenciais de 2018. Para completar a divisão, lançou de paraquedas, para prefeito da Capital, João Dória, um outsider sem experiência e sem compromissos políticos, hostilizando com isso todas as lideranças importantes do Estado.

Deu no que deu. Incapaz de unir seu próprio partido em seu próprio Estado, foi também incapaz de unir o centro, e deixou o PSDB fora do 2° turno, pela primeira vez em sete eleições presidenciais. Mas parece que deixou saudades, porque Dória está seguindo sua trajetória. Dividiu seu próprio partido no Estado, no plano nacional, isolou-se na coalizão de governadores e está tentando impor um candidato de outro partido, criando hostilidade em ambos os lados.

As mesmas causas levando aos mesmos efeitos, caso Dória conseguisse impor sua candidatura pelo PSDB – o que parece cada vez mais remoto – repetiria o sucesso de seu mentor.

Para evitá-lo, os tucanos teriam que calçar as sandálias do pescador e apoiar um candidato mais viável de outro partido, igualmente contrário à parceria Bolsonaro/Lula.

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