PÉROLAS DO DIA A DIA

A PONTE QUE PARTIU

PT anuncia uma ponte para o “outro lado” (leia-se: quem quer que não reze pela mesma cartilha). Apoiada pelo Timoneiro, mas não assinada por ele, a carta tenta repetir a de 2002 – ao “Povo Brasileiro” – que logrou cooptar os empresários.

Estender a mão ao centro em 2018, poderia ter dado certo, mas Lula/Haddad fechou a campanha atacando o “legado de FH”. Se quer estendeu o pé para os próximos do lulismo, como o Ciro Gomes. O outro lado é o lado errado, pois não adere ao BolsoLulismo, nem se deixa comprar.

Repetir “nós e eles”, “lado certo e lado errado” não faz jus ao gênio político do Timoneiro. Hoje, só serve para polarizar com o Mito. Quer o voto de centro? esqueça estatizar, repolitizar estatais, ou reinventar a política econômica.

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PÉROLAS DAS FEDERAÇÕES DE PARTIDOS

Congresso ataca a cláusula de barreira, que ficou mais exigente para a sobrevivência de partidos nanicos a partir de 2022. “Federações”, num passe de mágica, fariam um punhado de micropartidos virarem um só nanico. Só esqueceram da política.

Para salvar nanicos, bastaria juntar um punhado de deputados federais de partidos “federados”. Federações mexem com 54 candidatos ao governo e ao Senado, mais de 500 à Câmara, sem falar em estaduais e, em 2024, prefeitos e vereadores. É mole?

Alianças foram feitas de FH a Bolsonaro, sem exceção. Uma convenção elege o candidato, outra convenção elege o vice, e o resto se resolve, ou não, à base da conversa. Política não se resolve em 3 artigos, 9 parágrafos e 7 incisos (vagos).

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PÉROLAS DE PARTIDOS NANICOS

Partido político é uma federação de tendências. Somente partidos únicos têm unanimidade – à força, claro. Tendências mais extremas e ortodoxas convivem com outras, mais conciliadoras e tolerantes, seja para sobreviver ou tirar vantagem.

Partidos se criam para exercer poder. Ideias servem de bandeira e pano de fundo. Quanto mais ortodoxas as ideias, menor é o partido e mais restrita a influência. Quanto maior o partido, mais escassas as ideias e mais poder a assumir.

A federação visa viabilizar partidos inviáveis, sobretudo de esquerda, buscando assumir mais poder, como os grandes, e preservando ortodoxia, como os pequenos. Herdarão dos pequenos a influência limitada e, dos grandes, a escassez de ideias.

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BANDIDAGEM NÃO É ESTRATÉGIA

A discussão sobre a engenhosidade de Putin, em sua agressão contra estabilidade das democracias ocidentais, lembra a inútil saga das motivações que explicariam o tortuoso comportamento dos líderes populistas.

O que Putin faz é bandidagem. Se tentam invadir sua casa, chame a polícia, não especule como melhor agradar o bandido e convencê-lo a desistir. Construir os arranjos institucionais que garantem a ordem pela disputa política é longo e difícil. Corroer instituições é rápido e fácil.

O Vigarista leva a todos na conversa e, o miliciano, no porrete. Um glorifica ditadores e estende a mão para os democratas, outro ameaça a Lei e defende a liberdade. Farinhas do mesmo saco, merecem o lixo da história.

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