BOLSONARO: UM CASO DE NEOPOPULISMO MALIGNO ESTÁ À VENDA NA LIVRARIA MARTINS FONTES E NA FONTE EDITORIAL http://www.fonteeditorial.com.br
Desde que se tornou conhecido e popular, sobretudo entre as elites empresariais e acadêmicas, Lula nunca foi, digamos assim, modesto. Mas depois que rompeu a frente única de oposição ao regime militar, e criou seu próprio partido, sua ambição deixou de ter limites, e sua pretensão foi tal que, depois de eleito presidente, chegou a dizer que foi ungido por Deus para salvar o País.
De novo candidato à Presidência, esperava-se um Lula mais maduro, mais experiente e realista, com relação a um processo eleitoral tão complexo. Sua polarização artificial com Bolsonaro, e a conjunção de crises – política, econômica, sanitária e global – tornam o andamento da campanha imprevisível. Não aprendeu nada, não esqueceu nada, uma vez que, parodiando o antigo Rei de França, parece dizer abertamente que “o programa sou eu”, a “garantia de minhas promessas sou eu”, as “alianças regionais, quem faz sou eu”.
Portando-se como garantidor de si mesmo e seu apego a um suposto legado celestial, sugere que o ex-presidente continuaria chefe da turma do “eu sozinho”, preterindo, ou simplesmente afastando seus companheiros demasiado independentes ou capazes de lhe fazer sombra. Eis que, para surpresa geral, Lula surgiu em público de bengala.
Ele já não promete nada sem apoiar-se em uma bengala imaginária, representada por Geraldo Alckmin, ora para se entender com o empresariado, ora para apaziguar radicais, ora para inviabilizar candidaturas de tucanos. Outra bengala, a antes desprezada Marina Silva, tem sido recentemente ostentada pelo petismo como salvadora da candidatura Lula. Uma terceira bengala é agora Henrique Meirelles, cujo papel no governo Lula foi um afrouxamento deliberado do gasto público e o controle da inflação à custa de uma contínua elevação da taxa de juros, que entregou ao governo Dilma uma recessão jamais vista.
O fato de admitir modestamente que, como todo mortal, pode precisar da colaboração e da ajuda de outrem, merece crédito ou trata-se apenas de uma tática eleitoral? Ora, em vez de estender a mão – em troca de concessões políticas mútuas – para os partidos, os candidatos e os eleitores não alinhados com a polarização, a atitude do lulopetismo tem sido a de demonizar o voto independente, acusando-o de traição, de egoísmo, de adesão ao bolsonarismo, quando não de fascismo.
Devemos rejeitar a impostura petista de que a vitória de Lula no primeiro turno é a única decisão moralmente íntegra, ideologicamente correta, livre e patriótica, capaz de enfrentar a inevitável catástrofe supostamente provocada pelo segundo turno. Não devemos repetir 2018, quando as decisões de voto foram, em grande parte, tomadas por rejeição, e não por convicção, por puro medo do candidato tido como o mais daninho.
Ora, não há nada, de bom ou de ruim, que possa acontecer no segundo turno, e que não possa acontecer no primeiro. Nada!
Precisamos repudiar essa tática de semear medo entre o eleitorado independente, para que renuncie ao seu direito de votar livremente. O medo não é bom conselheiro, o ódio também não. No primeiro turno, vamos votar no melhor.
[CONTINUE LENDO ABAIXO, ENTREVISTA COM JORNALISTA CHILENO SOBRE AS ELEIÇÕES]